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À Marie Olympe de Gouges

À Marie Olympe de Gouges


OLYMPIA


São femininos os símbolos da revolução francesa, mulheres de mármore ou bronze, poderosas tetas nuas, gorros frígios, bandeiras ao vento.

Mas a revolução proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e quando a militante revolucionária Olympia de Gouges propôs a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, a guilhotina cortou sua cabeça.

Ao pé do cadafalso, Olympia perguntou:– Se as mulheres estamos capacitadas para subir na guilhotina, por que não podemos subir nas tribunas públicas?

Não podiam.

Não podiam falar, não podiam votar.

As companheiras de luta de Olympia de Gouges foram trancadas no hospício. E pouco depois de sua execução, foi a vez de Manon Roland.

Manon era a esposa do ministro do Interior, mas nem isso pôde salvá-la.


Foi condenada por sua antinatural tendência à atividade política.

Ela tinha traído sua natureza feminina, feita para cuidar do lar e parir filhos valentes, e havia cometido a mortal insolência de meter o nariz nos masculinos assuntos de estado.

E a guilhotina caiu de novo”.

(Do livro: Espelhos, de Eduardo Galeano)


Marie Olympe de Gouges by Rosnna Perez

Marie Olympe de Gouges by Rosnna Perez

Breve Biografia:

Breve Biografia:


“É, entre 1788 e 1793, a única mulher a testemunhar os principais episódios que levam à Revolução Francesa e a escrever sobre eles.


Inunda Paris com cartazes, panfletos e tratados políticos. Olympe é atriz, e escreve peças de teatro, novelas e artigos sobre política e relações sociais. Dirige o jornal L’ Impatient.

Funda a Sociedade Popular das Mulheres e publica, em Setembro de 1791, a «Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã», como resposta à «Declaração dos Direitos da Homem e do Cidadão», de dois anos antes.

Reivindica a igualdade dos direitos da mulher à educação, ao voto, à propriedade privada, a cargos públicos, à política, à participação no exército e à igualdade de poderes na família e nos organismos sociais, nomeadamente na Igreja.

Reclama também o direito ao divórcio, ao reconhecimento dos filhos nascidos fora do casamento e à herança pelas mulheres.

Gouges abraça igualmente outras causas: a abolição da escravatura, o fim da pena de morte, a construção de orfanatos e maternidades para mães solteiras e a criação de um teatro para a dramaturgia feminina.


Revoltada com o regime de terror estabelecido pelos revolucionários Marat e Robespierre, ataca-os duramente.

Estes consideram-na uma mulher perigosa e o Tribunal Revolucionário condena-a à morte na guilhotina, em 1793.”